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sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Por quê nos sentimos insatisfeitos quando não agimos de acordo com os nossos talentos?

Todos nós conhecemos os efeitos de trabalhar fazendo aquilo que não nos atrai, por pura obrigação. Ficamos tristes, desconsolados, clamando por um auxílio e totalmente impotentes vendo a nossa vida tomar rumos que não nos deixam felizes. Vivemos apreensivos e com medo do dinheiro acabar, da família acabar, de não encontrar um outro emprego ou da empresa que estamos planejando abrir, não dar certo. Assim, preferimos o conforto da tristeza, que é segura e que já comprovou que, pelo menos, consegue de uma certa forma nos sustentar para nos sentirmos felizes uma vez ou outra com a família fazendo uma viagem de verão ou indo almoçar em um final de semana naquele restaurante que há tempos vínhamos planejando. De uma certa forma, parece que preferimos uma vida triste e segura com alguns momentos de prazer do que uma vida alegre e insegura com alguns momentos de tristeza. Para entender o que está acontecendo com a nossa vida, precisamos ter conhecimento sobre suas causas e mudá-las, a partir deste conhecimento, para mudar os seus efeitos. Tal qual os cientistas fazem em suas experiências científicas.
RELAÇÃO CAUSA E EFEITO
Nesta experiência tridimensional na qual vivemos tudo tem uma relação e, tendo sido estabelecida uma relação, existe uma causa e um efeito. Para escrever um texto, devemos iniciá-lo, desenvolvê-lo e terminá-lo. Ao terminá-lo, ainda temos que publicá-lo e divulgá-lo para somente aí causar um efeito naqueles que lêem os nossos textos. Não podemos divulgar um texto que não existe ou divulgar um que só tenha início ou somente o desenvolvimento. Todas as tarefas anteriores a divulgação do texto precisam ser colocadas em prática uma após a outra para obtermos o efeito desejado.
Existe uma lei que dá controle ao nosso mundo. Esta lei é a lei da relação entre efeito e causa, causa e efeito. Do contrário, se não existisse essa lei, não conseguiríamos sequer erguer uma casa ou preparar uma comida, pois os efeitos se alterariam independente das causas e não teríamos certeza de que a água ferve somente a cem graus centígrados. Ora ela ferveria a dez graus, ora a cento e cinqüenta graus e assim não teríamos como preparar uma comida sempre da mesma forma. Já que vivemos em um mundo de relações químicas, físicas, emocionais, mentais, etc., temos a possibilidade de mudar os efeitos que modelam a vida na qual vivemos a partir do conhecimento profundo dessas relações seqüenciais de atividades. É a vontade e o conhecimento que nos diferem dos outros seres do planeta e por isso nossa responsabilidade passa a ser maior na condução das nossas vidas.
SOMOS UM RIO COM BARRAGENS
Um rio nasce no alto de uma montanha e suas pequeninas gotas começam a se unir para darem forma ao rio que desce a montanha sob a lei da gravidade para chegar até o seu destino. A lei da gravidade dá o impulso ao rio que segue seu fluxo moldando-se às circunstâncias à sua volta (pedras, troncos de árvores, silhuetas da montanha) sem deixar em nenhum momento de agir contra a lei da gravidade. Lei que pode ser combatida construindo uma barragem no rio, permitindo que a lei da gravidade continue a existir e impulsionar o rio para baixo da montanha ao mesmo tempo que a pressão da água aumenta na parede da barragem por causa da força que o rio faz para descer.
O rio irá descer, certamente, pois não será possível conter por muito tempo as forças das águas.
Isto é o que acontece conosco. Somos rios que obedecem aos seus talentos, que, como a gravidade impulsiona o rio a descer, nossos talentos nos impulsionam a agir de acordo com eles. Porém, vamos colocando múltiplas barragens em todo o percurso do nosso rio causando pressão em cada um desses pontos. Pressão na cabeça, pressão no coração, pressão na coluna, pressão nas pernas, múltiplos pontos de pressão não só físicos, mas também emocionais e mentais. Com o aumento dessa pressão e a falta de sustento das nossas barragens, explodimos, entramos em crise e tomamos uma atitude impulsiva direcionada pelos nossos talentos. Agimos assim, infelizmente, até a próxima barragem, onde novamente sofremos com a pressão para novamente entrarmos em crise e agirmos.
O PORQUE DE NOS SENTIRMOS INFELIZES
Ao longo das nossas vidas fomos cultuando barragens e assumindo que elas nos traziam de certa forma felicidade. Deixamos de lado nosso talento como escritores para viver uma vida sem satisfação em troca de um salário no final do mês. Adicionamos uma barreira na nossa vida e dizemos para nós mesmos que aquilo que sentimos vontade de fazer no coração irá ter que esperar. Interessante que quando crianças não cultivávamos essa forma de pensar. Agíamos fazendo o que gostávamos e pronto. É muito normal você durante um ano olhar o seu filho e falar que no ano passado ele gostava mais de futebol e agora não joga mais bola preferindo ficar no violão, por exemplo. Quando criança nos permitíamos mudar, agir conforme o fluxo do rio para sermos felizes todos os dias e não somente alguns dias do ano, mas isso acabou.
Hoje preferimos criar barragens e mais barragens no rio dos nossos talentos para vivermos de forma inexpressiva. Não somos mais crianças. Somos adultos que esqueceram-se que foram crianças e preferiram seguir adiante mesmo que o seu rio ficasse preso em todas as barragens e lixos acumulados no caminho.
SOLUÇÃO
Fazer o caminho de volta no rio. Subir até que cheguemos à nossa infância, limpar ali todos os lixos, retirar as barreiras do “não pode” e “não faça isso” e virmos descendo o rio pouco a pouco passando pela adolescência, juventude, fase adulta, até os dias de hoje, removendo o lixo e as barragens. Não precisamos procurar pelos nossos talentos, pois eles são o próprio rio. Precisamos “descobri-lo” e isto significa tirar a coberta que está tapando a situação da nossa vida, os efeitos dessas inúmeras causas que fomos adicionando ao rio dos nossos talentos.
Todos os dias, enquanto estamos de pé, criamos novas causas que resultarão em novos efeitos. Se não gostamos dos efeitos que hoje circundam a nossa vida, cabe a nós criar novas causas hoje que nos direcionem para uma vida com novos efeitos sem barragens ou lixo.
Só mudamos a nós mesmos.

Fonte: Insistimento

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