Matéria extraída do portal Terra Mulher
Por Rosana Ferreira
Não é consultoria nem terapia. Coaching é uma atividade especializada em ajudar as pessoas a atingir seus objetivos por meio de um trabalho que envolve profunda reflexão sobre a sua vida e que pode ser utilizada no âmbito pessoal e profissional. Por isso, é fundamental saber como escolher um coach, ou seja, o profissional que aplica o coaching.
“Não adianta ter anos de consultoria ou psicologia. É preciso ser formado em ‘coaching’”, avisa Sulivan França, presidente da Sociedade Latino-Americana de Coaching (SLAC). Portanto, a formação é a primeira característica que o candidato a coachee (cliente que passa pelo processo de coaching) deve prestar atenção. Saiba as atribuições do coach antes de contratar “para não levar gato por lebre”:
- O coach precisa saber ouvir sem pré-julgamento.
- Não pode achar que a meta do cliente é muito alta.
- Nunca aconselha. “O bom coach não diz o que o cliente tem de fazer. Ele é um perguntador profissional: se houver intervenções, é exatamente para isso. Se ele disser o que você tem de fazer, desconfie”, diz Sulivan.
- Não promete resultado que não possa ser atingido.
- Mantém sigilo absoluto sobre tudo que acontece na sessão.
- Estabelece junto com o cliente um objetivo.
- Investiga as possíveis dificuldades para buscar o objetivo traçado.
- Ajuda a entender a importância da sinergia entre objetivo e dificuldades.
- Junto com o cliente constrói um plano de ação.
- Desenvolve habilidades para atingir o objetivo.
- Auxilia na desconstrução das dificuldades.
- Se não se sentir capaz, deve indicar outro profissional. Segundo Sulivan, não é aconselhável fazer coaching com cônjuge, filho ou pessoas cuja relação é íntima.
- Casos clínicos devem ser encaminhados para um profissional da área. “Não é possível fazer coaching para parar de beber, por exemplo”, explica Sulivan.
- É recomendável que o coach seja credenciado a alguma entidade da área.
Coaching vem da palavra inglesa coach, que significa carruagem. Nesse contexto, transmite a idéia de transportar. Ou seja, o coaching treina e ajuda as pessoas a se dedicarem e a cumprirem com entusiasmo seus objetivos, saindo de um estado para alcançar outro desejado.
A coach Jaqueline Weigel, São Paulo, explica que esse processo é baseado na premissa de que o ser humano tem de dentro si todas as respostas. “E uma pessoa de fora pode estimular isso”, explica.
Quando aplicar
Como o coaching é baseado em ações e desenvolvimento de competências de comportamento, o coach faz sessões individuais ou em pequenos grupos para conduzir o coachee a respostas significativas e ações que permitam atingir suas metas. O coaching é usado nas seguintes situações corporativas:
- Transição de carreira.
- Liderar com mais eficiência.
- Melhorar o relacionamento interpessoal.
- Em período de sucesso e estabilidade para concretizar metas.
- Em período de tédio, marasmo e desencanto.
Segundo Sulivan, é comum o coaching dividir o processo em metas menores (minimetas) para se alcançar a maior. “As pessoas desistem de seus objetivos porque eles ficam muito longe. O coach faz uma departamentalização do que o cliente tem de fazer para chegar lá. Por exemplo, um cliente quer trabalhar em determinada empresa, que exige MBA e dois cursos específicos. Ele tem MBA e faltam os outros dois itens. O coach propõe realizar os cursos, mas o cliente não tem verba no momento. Com isso, começam a minimetas: conseguir dinheiro para fazer os cursos. A partir disso, os dois traçam um plano para levantar o dinheiro, como economizar. E assim por diante, até chegar ao objetivo final. Isso dá mais estímulo, pois o coachee começa a ver os resultados nas primeiras semanas”, diz ele.
Como o processo está focado no autoconhecimento, muitas vezes o cliente muda seus objetivos no meio do processo. “Como foi o caso de um diretor que fez coaching para chegar a presidente da empresa em que trabalhava. No meio do caminho percebeu que não queria mais o cargo porque valorizava demais o contato com as pessoas. Sendo presidente, ele não poderia mais fazer um happy hour com os funcionários, por exemplo. Isso era importante para ele. Então trabalhamos sua meta em ter um bom desempenho como diretor”, conta Sulivan.
Coaching de vida
Também chamado de life coaching, esse processo individual encoraja o coachee a ir além de seus limites estabelecidos, realizar seu potencial total e viver da forma mais satisfatória possível. Segundo Jaqueline, o coaching de vida trabalha com um problema pontual: ansiedade, dificuldades de relacionamento, troca de carro, busca de bem-estar e mudança de estilo de vida, entre outros aspectos da vida pessoal. “O objetivo é fazer com que a pessoa busque o seu potencial inteiro e crie um estilo de vida verdadeiro.”
Exemplo prático
No âmbito pessoal, Jaqueline se lembra do caso de uma mulher que tinha dificuldades em lidar com dinheiro – não conseguia gastar menos do que ganhava, não sabia planejar. Com o processo de coaching veio à tona o grande fator causador do problema: a falta de identidade profissional. “Ela estudava Nutrição e trabalhava numa clínica especializada no assunto, mas não se sentia parte daquilo, pois estava insegura quanto às escolhas profissionais. Portanto, em quatro meses, descobriu que o problema não tinha nada a ver com a questão inicial – a dificuldade com dinheiro – e se resolveu profissionalmente.”
Fonte: Insistimento
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