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quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Será possível o trabalho pelo trabalho?

Não basta ser empreendedor e ter sempre um bicho carpinteiro na cabeça. Tem que também ser filósofo, homem de bem e seguir em um caminho reto, sem desvios. É desta forma que encaro as caraminholas que acercam todos os dias o meu pensamento, pois trabalhar com o objetivo de cumprir metas financeiras é simples, usual e basta organização, foco e esforço constante e diário para conseguir atingi-las. Mas trabalhar pelo trabalho e ter resultado financeiro com isso é onde mora o cerne desta era em que vivemos onde cabeça, coração e físico estão se unindo gradativamente para compor um novo ser humano muito mais sábio.

No sábado passado eu tive a oportunidade de ir a uma apresentação dos alunos de uma escola que utiliza a Pedagogia Waldorf como norte para as suas atividades. Achei incrível o fato de ver crianças brincando por todos os lados, correndo, subindo em árvore aos montes e principalmente serem todas muito diferentes umas das outras, sem um padrão. Assisti a apresentação de crianças de todas as séries tocando flauta, cavaquinho, violão, lira, vários instrumentos. Além disso fazerem percussão com pequenos objetos de metal e madeira, declamar poemas lindos sobre matemática, olimpíadas gregas e de poetas conhecidos e aclamados como Olavo Bilac e Fernando Pessoa. Foi impressionante e me marcou bastante o fato de perceber que culturalmente aquelas crianças possuíam muito mais a dar que eu, pois na minha infância fui “modernizado” e forçado a entrar em uma “caixinha”.
O ser humano quando nasce, vive como um explorador. Ele tem contato com o mundo, toca o mundo, experimenta o mundo e, tendo o propósito de se satisfazer pessoalmente, aplica no mundo os seus talentos para se divertir e doar um pouco de si aos outros. Com o tempo, esta diversão vai sendo colocada como algo proibitivo e os seres humanos vão se encaixando em um molde onde primeiro o trabalho e depois a diversão é a regra básica. Infelizmente, o que tem dentro de cada ser humano vai se apagando, sendo colocado de lado para dar lugar a uma profissão que já existia, de um jeito que já existia, para ganhar dinheiro fazendo o que já existia. O “novo”, que veio junto com aquele ser humano quando ele nasceu, se perde e a roda gira até a vida acabar.
Se pararmos um pouco para pensar em trabalho e em retorno financeiro, veremos que quem obtém mais sucesso hoje em dia, são aquelas pessoas que fazem do seu trabalho um grande divertimento. Deixando-o fluir simples através de si, sem qualquer esforço. Quando redescobri esta arte foi que passei a me alinhar dia após dia com aquelas coisas que eu gosto de fazer, que tenho facilidade para fazer, enfim, que tenho talento. Como uma criança vivo diariamente criando, trabalhando pelo trabalho e deixando o resultado a cargo da qualidade do serviço que presto a quem a mim vem pedir ajuda seja na área de internet ou na área de coaching.
   

O nosso objetivo é o de sempre servir. Servir sem motivo. Trabalhar sem desejo. Apenas trabalhar para ajudar a uma outra pessoa. A nossa educação nos forçou a não perdermos tempo em atividades que não possam dar resultado prático já amanhã, mas pela minha experiência como empreendedor e coach de talentos, posso lhe afirmar que focar as suas energias em um negócio que não o realize diariamente é perder tempo. Daqui a um ano você estará novamente lendo este site e novamente procurando o centro da sua vida.
SERÁ POSSÍVEL O TRABALHO PELO TRABALHO?
  • Será possível levantar-se todas as manhãs e pensar que precisa fazer algo para servir bem a Fulano e Ciclano?
  • Será possível trabalhar com a única preocupação de que tem alguém precisando de você?
  • Será possível buscar diariamente no autoconhecimento uma forma de se melhorar para servir aos outros melhor ainda?
  • Será possível parar de ser escravizado pelo medo e ser guiado pela liberdade de valores, dogmas e preconceitos?
  • Será possível deixar de se comparar aos outros para viver a sua própria vida entendendo que cada um é um indivíduo único com suas particularidades?
A nossa sociedade precisa se atentar para o fato de que os adultos são apenas crianças grandes que agora decidiram brincar de serem sérios sem necessidade. Essa brincadeira “cinza” precisa acabar, pois cada um de nós poderia estar trabalhando em algo verdadeiro que não trouxesse a fome de atitudes, presença e idealismo para as nossas casas e a consequente fome de comida, saúde e educação para a casa dos outros.
Descobrir-se é o primeiro passo, esforçar-se é o segundo e se doar é o terceiro e mais gratificante.

Fonte: Insistimento

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