Pois é, a melhor escola que conhecemos é a natureza, dela podemos tirar as melhores lições de nossa vida. Estive observando e lendo sobre as abelhas, e verifiquei lições espetaculares. É uma seqüência de ações interessantes, as quais se fossem vivenciadas por nós seres humanos, nos dariam a condição de vivermos num mundo perfeito. Os fatos que ocorrem numa colméia dão origem a um equilíbrio bastante valioso para o meio ambiente, há um esforço significativo para que todos os membros daquela comunidade viva em associativismo e passe por todas as etapas de crescimento dentro do enxame.
É um aprendizado contínuo, pois as abelhas passam por todas as experiências vivenciadas no cortiço. Na fase de inseto adulto, momento quando começa a realização de suas tarefas iniciais , a primeira ação é fazer a incubação e limpeza do ambiente aonde vive. Porém, o mais notável é que estes seres minúsculos são altamente higiênicos, instintivamente sabem que a sujeira pode causar doenças, por isto desenvolvem um produto conhecido por própolis, que serve para selar eventuais aberturas na colméia, impossibilitando a proliferação de pragas e o acesso de possíveis invasores.
Agindo na incubação e após a eclosão dos ovos, passam a alimentar as larvas, produzindo geléia real, que é uma secreção glandular. Este é um super alimento, sendo consumido quase que exclusivamente pelas abelhas rainhas, as quais conseguem ter um período de vida aproximadamente 26 vezes maior que de uma abelha comum. A próxima etapa na vida deste inseto himenóptero é dar os primeiros vôos de reconhecimento, assumindo o posto de abelha campeira, logo então passará a coletar pólen e néctar, matérias-primas que são usadas para produzir todos os produtos da abelha: mel, geléia real, pólen, própolis entre outros.
Se analisarmos todo o processo, podemos concluir que trata-se de uma empresa muito bem organizada, inclusive hierarquicamente, onde se tem uma rainha, que passa toda a vida pondo ovos e aumentando a sua prole com vista a produção de alimentos e expansão do enxame. Quando há escassez de alimentos, há uma redução na postura para que não falte alimento para manutenção dos insetos. A abelha rainha pode ser vista como uma “gerente”.
Há um momento que a colméia cresce tanto que há necessidade de divisão. Ai ocorre a enxameação, onde a rainha junto com as abelhas mais velhas vão para um outro local e lá se instalam. Imediatamente as abelhas que ficam passam a constituir uma outra realeira para dar andamento nos trabalhos, a qual será fecundada por um zangão que após a este ato sexual se extingue.
Veja que as abelhas instintivamente aplicam a visão de futuro, uma das características dos empreendedores, produzindo sempre para alimentar o enxame atual e deixando reservas para o futuro. Nos períodos de seca utilizam a reserva que foi formada e ainda reduzem a produção de novas abelhas. Praticam o cooperativismo, a aprendizagem contínua, o crescimento do ser de acordo com a sua faixa etária, a divisão das tarefas, tudo que uma empresa organizada deve fazer para lograr sucesso.
Destarte, se este processo fosse aplicado em nossos ambientes, haveria uma maior satisfação de todos os envolvidos. Teríamos alimentos em fatura, as reservas sempre existiriam, as populações não se expandiriam em momentos de escassez, todos seriamos mais solidários, e o conhecimento seria mais democratizado, todos teriam oportunidade e aprender aquilo que aspira-se. Creio que você já sabia que a natureza é fantática, mas será que já parou para tirar lições da mesma? Senão, está na hora!
José Iomar Batista da Silva
Economista - Pós Graduado em Gestão Consultoria e Projeto
Consultor do Sebrae/Ce
Fundador do www.sitedoempreendedor.com.br
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