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segunda-feira, 29 de julho de 2013

Pare de aprender, comece a pensar e crie algo novo

Há umas duas semanas criei um serviço esplêndido para o site e há uma semana coloquei esse serviço em teste com leitores e seguidores do Insistimento. A ideia extraordinária no meu ponto de vista, não se revelou tão extraordinária assim e eu só não digo que fracassei porque consegui conversão (mesmo que pequena) no final do funil de vendas. Entretanto, o melhor que aconteceu para mim durante a execução do meu plano de divulgação do novo serviço foi ter tido a chance de poder pensar sobre como funciona o público que lê meus artigos, me segue nas redes sociais e eventualmente me envia e-mails pedindo ajuda ou dando alguma sugestão de post. Indo contra a maré do aprendizado, comecei a pensar e comecei a criar algo novo.
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Nossa educação é rasa

Se você frequentou uma escola tradicional onde cada professor dá aulas sobre apenas uma matéria e você tem que fazer exames para ficar com a nota acima da média exigida, compreende que durante todo o período que passamos na escola, fomos treinados a entender que o conhecimento está fora de nós e que por conta disso tínhamos que memorizar as respostas certas para perguntas previamente elaboradas. As pessoas mais jovens que convivo não sabem para que serve determinada equação, assim como eu até hoje não sei. Elas apenas querem memorizar rápido aquela resposta para poder tirar uma boa nota na prova. Apenas isso.
Se a minha filha de três anos sabe contar até 10, falar palavras em inglês e dar nomes às cores sem nunca ter passado por uma escola, qual é a finalidade de induzi-la a parar de pensar para finalmente “aprender algo” se, ao mesmo tempo, minha enteada de 17 anos treinada a dar as melhores respostas passou em engenharia química em uma universidade federal para recriar tudo aquilo que já foi aprendido de química até aqui?
Não podemos nos tornar, definitivamente reprodutores de ideias!

Nossa paixão é desgastante

Se o Brasil implantasse um bolsa empreendedor eu posso garantir que a maioria daqueles que dizem hoje empreender entrariam em filas de espera da Caixa Econômica Federal para esperar o pagamento do seu benefício e empreender com mais tranquilidade e calma. Infelizmente nós queremos conforto, empolgação, paixão de novela, briga na justiça, barraco na portaria do prédio e não queremos definitivamente resolver, por nós mesmos, nossas idiossincrasias. Nós somos latinos e queremos emoção e não essa coisa de luta, de auto-enfrentamento, de pensar. Queremos fórmulas prontas, dicas e macetes sobre como nos esquivar do sistema para ganhar mais do que os nossos “amigos”. Não estamos em busca de nada, estamos curtindo a busca sem destino, só isso.
Por quê mensagens rasas como “Não espere o incentivo dos outros. O primeiro a acreditar nos seus sonhos é você.” teve 176 curtidas e 176 compartilhamentos enquanto mensagens mais profundas como “Da próxima vez que você tiver um pensamento, deixe-o ir embora” tiveram apenas 7 curtidas e 2 compartilhamentos? Por quê minhas publicações mais vistas são aquelas que apontam ideias para montar empresas com menos de mil reais enquanto artigos ditos como excelentes pelo público, falando a respeito de questionamentos sobre a vida são os menos procurados? Por quê a iniciativa de montar um banco de dados com vídeos, livros digitais, apostilas e posts exclusivos teve apenas 0,8% de conversão em vendas, mesmo após eu ter enviado para uma lista de 236 pessoas, 4 vídeos elogiados pelas mesmas pessoas que faziam parte da lista e que, por algum motivo, decidiram não assinar o serviço pelo preço que elas mesmas sugeriram?
Vou te dizer por que?
NÓS ADORAMOS ESTAR DISTRAÍDOS! NÓS ADORAMOS A EMPOLGAÇÃO DE EMPREENDER, MAS NÃO QUEREMOS NOS COMPROMETER.

Nós preferimos manter nossos filhos na escola aprendendo a memorizar respostas do que criar um projeto que renove a educação. Nós preferimos passar dificuldades na nossa empresa porque assim temos do que reclamar. Nós preferimos votar nos mesmos políticos porque adoramos ter de quem falar mal. Nós adoramos falar que a educação que o governo oferece está ruim, porque não queremos investir nisso, mesmo quando a única saída que fica para pessoas como eu, que pretendem promover a educação empreendedora no país, seja procurar a ajuda do governo para o projeto.

Nossa vida está vazando pelos nossos dedos!

Enquanto estamos distraídos a procura do próximo evento esportivo, da próxima prova da escola ou da próxima polêmica no facebook, nossa vida está vazando pelas nossas mãos, pois a mantemos aberta sem nenhuma firmeza que garanta a “pegada” na nossa vida.
Semana passada tive que consertar um problema hidráulico aqui em casa, indo praticamente todos os dias até a loja de material de construção para comprar algo que solucionasse o meu problema. Pesquisei na internet, conversei com amigos, parei estático em frente ao meio metro de cano que sempre vazava refletindo sobre as forças de pressão e de gravidade que ali estavam envolvidas. Tive que expandir mais o raciocínio para incluir o comportamento dos elementos cobre e plástico quando sob altas temperaturas e me vi, nos últimos dias aprendendo verdadeiramente como fazer as coisas certas. Se tivesse contratado um especialista para me dar a solução, teria perdido 90% do ensinamento.
Prestando atenção às nossas próprias coisas aprendemos, mas prestando atenção às coisas que os outros nos induzem a dar atenção, reproduzimos comportamentos. Queremos conforto, queremos paixão, queremos empreender, mas não fazemos nada nesta direção porque existe tanta coisa mais importante na vida que isso que é melhor seguir a boiada copiando o caminho daqueles que conseguiram.
A minha estratégia de marketing, a educação dos nossos filhos e o vazamento do cano de água daqui de casa estão perdendo espaço para a indústria do entretenimento que ganha a passos largos da indústria da educação. Afinal, preferimos soluções de curto prazo ao invés de investimentos a longo prazo.
E assim nós vamos, mantendo sempre uns pensando para milhões.
 
 
Fonte: Insistimento

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