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quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Com 3 mil vagas abertas no Rio Grande do Sul, área de Tecnologia da Informação exige capacitação dos interessados

Adriana FranciosiPriscilla busca novas qualificações para avançar na carreira
Um mercado em expansão, com salários atrativos e oportunidades de sobra para profissionais qualificados. A utilização dos serviços de Tecnologia da Informação (TI) por empresas privadas de todos os tamanhos e também pelo poder público fez a demanda por mão de obra especializada no setor saltar, fenômeno que não ocorreu na mesma velocidade da formação de trabalhadores.
Segundo estudo da consultoria IDC, o Brasil tem uma carência de 39,9 mil profissionais de tecnologia, número que deve crescer para 117 mil até 2015. O cenário assusta empresários, com cada vez mais dificuldades em contratar, mas representa grande oportunidade para quem quer investir na carreira.
"Esse não é um fenômeno exclusivo do Brasil. Nações desenvolvidas da Europa e os Estados Unidos, ao contrário de nós, têm uma capacidade menor de preencher essas vagas, pois a mão de obra lá já está ocupada em outras funções qualificadas. No Brasil, há uma grande massa de jovens, mas que não está preparada", diz o presidente do Sindicato das Empresas de Informática do Estado (Seprorgs), Edgar Serrano.
É difícil mensurar a quantidade de profissionais que atuam em TI no Rio Grande do Sul – o Seprorgs estima em 70 mil – mas o número deve crescer logo, caso as cerca de 3 mil vagas abertas, segundo o sindicato, sejam preenchidas.
Por ser uma área fundamental, a falta de equipes pode frear o avanço de muitas empresas. Nos últimos cinco anos, a GVT, com sede em Curitiba, dobrou a equipe de TI, passando de 300 para 600, e tem hoje outras 110 vagas abertas.
"Temos a missão de não deixar a empresa parar, mas muitas vezes precisamos recorrer à terceirização", comenta o gerente de TI da empresa, Rafael Grottoli.
Para quem quer se dar bem aproveitando o cenário, é preciso afinidade em assuntos como matemática e lógica, mas as principais recomendações são dedicação e busca incessante por capacitação. Para segurar profissionais, muitas empresas aliam a oferta de qualificação a promoções na carreira. A DBServer, de Porto Alegre, criou há quatro anos o cursos para formar tanto o público interno e como também o externo.
Qualificar para crescer na carreira
Há dois anos na DBServer, a testadora de software Priscilla Ferreira Soares, 20 anos, é um exemplo de como a especialização, aliada ao interesse, propicia avanços na carreira. A partir de um curso oferecido ao público externo, foi chamada a estagiar na empresa. De olho na área de testes de sistemas, direcionou sua qualificação para a busca de certificações (cursos que atestam o conhecimento em áreas específicas).
Efetivada há um ano, Priscilla conta também com uma bolsa da empresa para o pagamento da faculdade de Sistemas de Informação na PUCRS.
"As coisas aconteceram muito rápido. Tenho 20 anos e já sou testadora. Na TI, conta a força de vontade, mas o problema é que as pessoas não querem se capacitar", avalia a funcionária, sem saber ao certo em que posição estará nos próximos anos.
O coordenador de contratos da Constat Serviços em Informática, na Capital, Guilherme Castanho, também relata dificuldade na contratação de pessoal para atuar na área de suporte técnico. Após iniciar a carreira na empresa há três anos, como operador de computador, o profissional buscou certificações e participou de cursos internos para desenvolvimento de gestores. Contando com a faculdade de Análise de Sistemas, ganhou espaço.
"Mais certificações sempre podem ajudar a melhorar o salário", afirma o profissional de 28 anos, há nove na área de TI.
O perfil ideal
- Disposição para aprender
O conhecimento de hoje pode estar defasado amanhã. Com um mercado dinâmico, em constante atualização, é indicado a todos os profissionais a busca incessante por qualificação. Faculdades como de Sistemas de Informação, Ciências da Computação, Engenharia da Computação e Bacharelado em Informática são as mais recomendadas, além de cursos técnicos em instituições como Senac e Senai.
- Comprometimento
Com a alta rotatividade, alguns profissionais acabam não concluindo trabalhos nas empresas. No longo prazo, isso pode manchar a imagem do funcionário.
- Visão ampla
A divisão do trabalho em áreas específicas do conhecimento na área de TI não deve ser impeditivo para buscar conhecimento em outras áreas. É interessante para o profissional procurar informações além do ambiente técnico, como conhecer mais sobre os setores de vendas ou contabilidade da empresa em que estiver trabalhando.
- Criatividade
Muitas vezes, o trabalho em Tecnologia da Informação leva a situações que parecem sem saída. Cabe ao profissional buscar soluções diferentes e inovadoras a cada momento.
Atuação
As oportunidades no mercado de Tecnologia da Informação são registradas em duas áreas principais: sistemas e infraestrutura. Na primeira, como o nome indica, o trabalho gira em torno do desenvolvimento dos sistemas usados nas empresas. A segunda se caracteriza por garantir o suporte técnico aos funcionários e a solução dos problemas cotidianos de qualquer companhia, como, por exemplo, conserto de computadores, e o acesso ao sistema interno. Conheça algumas das funções:
- Sistemas
Analistas de sistemas: identifica as necessidades da empresa e transforma em processos que vão resultar em um sistema. Aponta o passo a passo do trabalho, mostrando como os programas vão se comunicar para fazer os sistemas funcionarem.
Salário médio: de R$ 3 mil a R$ 4,5 mil
Programador: faz a etapa seguinte. Recebe o passo a passo para fazer a programação do sistema e operacionaliza o trabalho do analista de sistemas. Salário médio: de R$ 2 mil a R$ 2,5 mil
Especialistas de testes: após a conclusão do desenvolvimento, testa os sistemas para apontar possíveis falhas e qualidades antes de ser liberado para uso. Divididos entre analistas e técnicos.
Salário médio: de R$ 1 mil a R$ 2 mil (técnicos) e de R$ 3 mil a R$ 4 mil (analistas)
Gestores de negócios: responsáveis pela prospecção e desenvolvimento dos negócios. Apesar de ser da área de vendas, seu diferencial é ter conhecimento técnico.
Salário: até R$ 8 mil
Gestores de produto: alinha as expectativas de todas as áreas da empresa com relação ao desenvolvimento dos sistemas. Salário médio: de R$ 4 mil a R$ 5 mil
Gestor de projeto: trabalha junto ao analista para fazer o cronograma de trabalho de desenvolvimento do sistema. Salário médio: de R$ 4 mil a R$ 5 mil
Implementadores: depois de vendido e avaliado pelo cliente, uma equipe vai implementar o sistema na empresa. Salário médio: de R$ 2 mil a R$ 3 mil
Infraestrutura
Técnico nível I: executa o atendimento aos funcionários das empresas.
Salário médio: de R$ 1,2 mil a R$ 1,5 mil
Técnico nível II: resolve problemas maiores e dá suporte para o técnico nível I.
Salário médio: de R$ 2,5 mil a R$ 3,5 mil
Técnico nível III: trabalha nos problemas que os técnicos dos níveis anteriores não conseguem resolver. Salário médio: de R$ 3,5 mil a R$ 4,5 mil.
Administradores de rede: profissional de grande domínio técnico, responsável pelo acesso à rede local e à internet das empresas. Monitora, por exemplo, os horários de maior uso para melhorar o desempenho dos locais com mais necessidade.
Salário médio: R$ 3,5 mil a R$ 4,5 mil
Fonte: Donald Reis, diretor do Seprorgs

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