Depois que decidimos assumir o controle das nossa vidas e fazer o trabalho ao qual fomos incumbidos através dos nossos talentos, infelizmente nos deparamos com pessoas que ao invés de nos colocar para cima, nos põem pra baixo. Ontem uma pessoa me fez uma crítica, chamando-me de workaholic, o que quer dizer viciado em trabalho. Isto não deveria ter me afetado da forma como aconteceu, mas infelizmente me afetou. Fiquei parado, emudecido, totalmente quieto sem saber se discordava ou concordava com a crítica. Preferi não responder nada e procurar na internet mais informações sobre o termo a fim de verificar se eu estava mesmo viciado em trabalho. De repente, parei e me desliguei, vendo neste acontecimento uma oportunidade para dar a volta por cima e escapar da depressão iminente.
OS OLHOS DOS OUTROS VÊM O QUE QUERER VER
Assim como nós julgamos as outras pessoas a todo o momento com base nos nossos próprios valores e preconceitos, também somos julgados. Entender que esse processo de julgamento contínuo é uma realidade, nos traz uma visão maior e mais ampla sobre as críticas, dificultando a nossa identificação com elas e nos elevando acima da nossa personalidade. Provavelmente, sofri com a crítica porque cultivava expectativas sobre as opiniões do autor da crítica, esperando algo em troca das minhas ações, me identificando desta forma com a minha personalidade ao invés de somente permiti-la agir. Quando me observei recebendo a crítica, lembrei-me de que as pessoas têm total liberdade para emitirem opinião sobre o que quiserem. Quando elas nos dão um feedback (positivo ou negativo) não devemos nos sentir recompensados ou punidos. Devemos respeitar e compreender que estas pessoas que nos cercam são apenas nossos instrutores, sejam “amigos” ou “inimigos”.
AUTO-OBSERVAÇÃO
É de extrema importância para mim, cultivar a auto-observação, pois constantemente posso me avaliar: avalio o comportamento do meu corpo a certos alimentos e bebidas; o comportamento da minha personalidade em determinadas situações; e tento enxergar os motivos de algumas emoções virem à tona depois de determinados acontecimentos. Enfim, busco a todo o momento observar a mim mesmo de maneira ampla para me precaver sobre minhas próprias armadilhas e manter-me firme nas decisões às quais me determinei. Sem esta auto-observação não seria possível manter-me calado às críticas e não teria buscado inspiração e controle para poder verificar se aquela opinião (vinda de fora) fazia sentido ou não.
UMA QUESTÃO DE MUDANÇA DE VIBRAÇÃO
Nós temos tanto poder mental que basta um único pensamento para mudarmos da tristeza para alegria. Normalmente, o que nos faz manter nossos pensamentos na tristeza é a identificação com a nossa personalidade que nos invoca a sentirmos e provocarmos dor, já que esta personalidade precisa se sentir viva e útil. Ninguém nunca nos provoca tristeza, nós é que vibramos na tristeza por opção. Quando algo “ruim” acontece, você pode continuar o seu caminho e seguir em frente ou identificar-se com o que aconteceu e remoer a situação pelo tempo que desejar. Conheço pessoas que perderam seus entes queridos há mais de dez anos e ainda continuam tristonhos, sem viver suas próprias vidas, alimentando continuamente um sentimento de tristeza. Depois de ter percebido a vibração da tristeza, da impotência e da fraqueza em mim, abri o vídeo com vozes britânicas hilárias em animais e deliciei-me dando muitas risadas. Mudei a vibração e voltei a pensar no assunto sem tanta identificação ou de forma mais positiva.
ABANDONAR OU ABANDONAR-SE
Se quem lhe deu feedback negativo, fez isso de forma pontual, não se preocupe que com certeza a reação que você teve foi muito acima do esperado e que a teve por gostar de sentir dor. Porém, se a pessoa que lhe deu feedback negativo, faz isso com grande frequência, é melhor você tomar uma decisão de abandoná-la ou abandonar-se, pois se você estabeleceu as suas metas e está fazendo o seu trabalho como manda o figurino, deve ter consciência de que precisará mover-se do grupo dos que criticam para o grupo dos que são criticados. Ouvindo a entrevista que o Paulo Coelho deu para o Jovem Nerd há um tempo atrás, percebi uma coisa interessante no mundo: de um lado existem os que criticam e do outro os criticados. Ambos fazem o que acham melhor fazer, cabendo a nós decidir em que grupo gostaríamos de ficar.
FUJA DE UMA PRISÃO E ENTRE EM OUTRA
É preciso ter muito cuidado para caminhar na vida. Enquanto a inércia nos puxa pra baixo a vontade de fazer tudo ao mesmo tempo nos incita a não pensarmos direito sobre nossas decisões. Se de um lado precisamos combater a preguiça, a mesmice e a procrastinação, de outro, precisamos combater a falta de planejamento, a ansiedade e a pressa. Desta forma, encontrar o equilíbrio para não apagar fogo com fogo é algo que requer uma auto-observação fora do comum e um esforço pessoal muito grande. Quando percebi que poderia ser ou estar me tornando um workaholic, comecei a refletir se não tinha fugido do emprego formal para me enjaular na minha própria empresa. Felizmente, depois de uma avaliação, percebi que precisava melhorar um pouco alguns aspectos do meu trabalho parar melhorar ainda mais a minha qualidade de vida, só isso. Valeu a pena a crítica que recebi porque foi um alerta para o possível enjaulamento que eu estaria prestes a cometer.
CONCLUSÃO
Fazendo ou não o seu trabalho, as pessoas vão te criticar, da mesma forma que também poderão te elogiar. Para o mundo, pouco importa o que fazemos, pois ele continuará girando do mesmo jeito que girou desde sempre. Porém, para nós, importa muito se estamos girando a nossa própria roda, executando as funções com as quais fomos beneficiados no nosso nascimento e na nossa família, pois construímos uma personalidade ao longo dos anos que precisa viver em liberdade, explorar os seus talentos e trabalhar, trabalhar muito, para exercitar a sua própria moral e ética e tornar-se assim, um ser humano melhor dia após dia.
Façamos cada um o seu trabalho, independente de críticas ou elogios. Sigamos sempre em frente. Sempre.
Fonte: Insistimento
Nenhum comentário:
Postar um comentário