Este texto faz parte da coluna da Plataforma Brasil feito especialmente para os leitores do Saia do Lugar.Por: Gustavo Chierighini, fundador da Plataforma Brasil Editorial.
Caros leitores, esqueçamos por instantes as revigorantes possibilidades do capital de crescimento originadas em fundos de private equity/venture capital, ou mesmo na entrada de um novo sócio que mesmo sem ser um investidor profissional, poderia trazer o fôlego de recursos para a sustentação do seu negócio.
Imagine que você seja um empreendedor sem apego emocional ou profissional com a sua empresa, ou ainda, que atue como um empreendedor serial, montando e potencializando negócios para em seguida passá-los a diante em condições sólidas, com excelentes prognósticos, e claro, com uma boa bolada no bolso.
Ou consideremos que você não se enquadre em nenhum dos perfis anteriores, mas que deseje vender a sua empresa em alta valorização em algum momento de sua trajetória, e que por conta disso sabe que deve empenhar esforço de preparação e distanciamento afetivo com a sua cria (o que não implica em menos dedicação e coragem).
Sem sombra de dúvida tratam-se de posturas que exigem desapego, sangue gelado, capacidade de gestão incomum e uma visão singular de mercado. Mas sobre tudo, profunda disciplina para preparar o terreno desde o início, ou mesmo a partir do instante que decide transformar o seu sonho empreendedor em dinheiro líquido.
Neste cenário, alguns cuidados são essenciais. Vamos lá:
1. Conduza a gestão do seu negócio com a ótica do interesse de um potencial comprador, ajustando, calibrando e moldando a operação em linha com as empresas inseridas no seu setor (ou em setores correlatos), que em algum momento possam nutrir interesses operacionais ou estratégicos pela sua operação;
2. Estruture uma operação que possua o máximo de escalabilidade;
3. Conceba um plano de negócios elaborado em profundidade, confiável, exequível e levado a sério em sua execução;
4. Saiba que em toda operação de venda de empresas, antes do fechamento, haverá um período de diligências “due diligence” vasculhando aspectos tributários, trabalhistas, contábeis e jurídicos. Portanto mantenha a sua contabilidade sempre em alerta e toda a documentação na mais perfeita ordem;
5. Os números da sua escrituração contábil devem necessariamente refletir com o máximo de precisão os números que compõe os seus relatórios gerenciais;
6. Evite, assim como se evita um precipício, qualquer procedimento contábil, trabalhista ou tributário que fuja da formalidade e da regulamentação oficial. Um descuido nesse terreno resultará em imediatas contingências e consequentemente menos dinheiro líquido imediato no seu bolso na hora da venda (em muitos casos, você terá de esperar a não ocorrência das citadas contingências para ver a cor da grana retida);
7. Ao tomar dívidas bancárias, faça de forma que seja algo estruturado e com benefício direto na robustez econômica da operação. Neste caso faça tudo para evitar o capital de giro oneroso, geralmente acessado automaticamente pelas empresas para cobrir suas necessidades imediatas de caixa. Saiba que o saldo do seu endividamento comporá a soma da dívida líquida do negócio e portanto descontada do valor que você receberá;
8. Ao decidir pela venda, contrate especialistas tanto para a preparação e o processo de busca e negociação com potenciais compradores, como para a necessária assessoria jurídica.
9. Tome fôlego, será um processo desgastante e cansativo. Mas empreendedores de verdade não se incomodam com isso.
Fonte: Saia do lugar
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