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terça-feira, 15 de outubro de 2013

Eu sou Você Amamhã

Como se comportam os colaboradores de sua empresa? Bem ou mal? De modo positivo ou negativo? São do tipo que começam como vassoura nova e depois se acomodam? Ou são daqueles que sempre agem desrespeitosamente e sem comprometimento?

Ouço de muitos empresários que o funcionário novato inicia muito bem, topando tudo e aos poucos vai modificando, mas sempre para pior. Não quer mais executar suas tarefas com rapidez, passa a atender mal o cliente, deixa de ser pontual e por aí vai. Por que isso acontece?

Antes de qualquer coisa, é bom lembrar que o comportamento dos funcionários é reflexo do seu líder. Portanto, o líder não pode ser do tipo “faça o que eu mando, mas não faça o que eu faço”. Mas, infelizmente, como em muitas empresas predomina essa regra, talvez seja aí onde está o problema. Por exemplo, se o patrão não gosta de gente, por que o vendedor vai gostar? Se o dono da empresa não é chegado a cumprir compromissos por que o empregado vai ser? Pode observar que na empresa onde o cliente é mal atendido pelos funcionários é porque o patrão também não atende bem. Basta comparar a grosseria de algumas recepcionistas com as caras amarradas dos médicos das clínicas onde elas trabalham.

É importante, então, que muitos líderes façam uma auto-avaliação do seu comportamento antes de encontrar defeitos somente nos funcionários. Não há dúvida de que existem muitos líderes que adotam atitudes positivas, mas alguns colaboradores não correspondem. Como o número destes é relativamente pequeno, o bom líder sabe perfeitamente como agir, pois não adianta insistir com pessoas incorrigíveis.

Vejamos algumas atitudes negativas de líderes que pensam estar fazendo certo, mas na realidade não passam de grandes maus exemplos. O que esperar dos subordinados?

1) Uma delas, altamente importante, é a pontualidade. Muitos líderes são especialistas em atrasar-se em todos os compromissos assumidos. Com base no efeito dominó, os liderados também aprendem fácil. Reuniões não começam no horário, mercadorias são entregues fora do prazo, telefonemas e e-mails de clientes não são retornados conforme combinado. Ou seja, pontualidade fica em planos inferiores.

Vejo, por exemplo, empresas que marcam um evento para determinada hora, mas o início ocorre com uma a duas horas de atraso. Além de absurdo, é uma atitude de extremo desrespeito com os participantes. E o pior é que o atraso vem principalmente dos líderes. Inicia-se o evento e continuam chegando funcionários retardatários! Pode-se cobrar pontualidade deles?

Isso é crônico e vem de geração para geração. Lembro-me de que no início dos anos 70 trabalhei em uma empresa no estado de São Paulo, onde pontualidade era coisa raríssima. As reuniões, na sede da empresa, com os vendedores procedentes de várias cidades, muitas vezes se iniciavam com até cinco horas de atraso, apesar de já fazerem parte do calendário anual. Quando se reclamava, o que mais se ouvia dos líderes era que os vendedores também eram pagos para esperar e não somente para vender. Mas, interessante que todos eram comissionados e depois vinham as desesperadas cobranças por mais vendas.

O não cumprimento de horário é uma demonstração clara de que os outros não são importantes para quem atrasa e significa falta de responsabilidade. É também um ato desonestidade, pois se rouba o tempo dos outros, que é valiosíssimo.

2) Outro fato inusitado são as convenções nos hotéis das cidades praianas. Em muitos eventos são exigidos que todos os colaboradores participem devidamente uniformizados, como se fossem soldados a caminho da guerra, e os líderes aparecem em clima de turismo. Trajados de bermudas, camisas coloridas, bonés, chinelos, óculos escuros etc. Como se sentem os subordinados? Sem dúvida, constrangidos e desvalorizados. É aquela história que fazem questão de repetir: peão é para cumprir ordem, sem direito a nada. Esse filme é bastante conhecido, mas continua sendo exibido em muitas empresas.

3) E o que dizer da disciplina quando não se dá exemplo? Geralmente se ouve as pessoas comentarem que os japoneses são muito inteligentes. Será que é só isso que faz com que tenham sucesso? Na realidade o que eles têm de sobra é disciplina, capacidade de executar e de trabalhar duro. Quando jovem, trabalhei em colônias japonesas e no início a gente até se assusta. São de por a mão na massa, dando belos exemplos aos seus colaboradores. Por que não fazemos o mesmo? Será que o jeitinho brasileiro, que muitos se vangloriam, não permite? A disciplina é a base de tudo, levando as pessoas ao sucesso. É através dela que se consegue o respeito e o comprometimento dos outros.

Para que se tenham funcionários com comportamento digno de respeito, nada melhor do que colocar na frente deles espelhos de liderança onde possam se mirar e seguirem bons exemplos. Caso contrário, só resta contentar-se com as vassouras que deixaram de varrer bem.


Antônio P.B. Braga é palestrante e instrutor de Vendas e Qualidade no Atendimento da Sagra Consultoria em Vendas. É autor do livro "QUER VENDER BEM? DEIXE DE SER VENDEDOR!" Co-autor do livro GIGANTES DAS VENDAS - Editora Landscape/VendaMais. É também autor de artigos sobre os referidos temas publicados em revistas, jornais e em sites diversos

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