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quarta-feira, 24 de julho de 2013

Criar uma empresa é muito mais do que ser dono do próprio negócio

Exercício. Tenho usado muito esta palavra por aqui quando falo sobre colocar os nossos talentos a serviço dos outros e empreender. Se podemos encarar todos os papéis que interpretamos na vida cotidiana como um exercício, porque não encaramos também a tarefa de tornar-se empreendedor como tal? Criar uma empresa é muito mais do que ser dono do próprio negócio, é abrir as portas para mais um papel na nossa vida além daqueles que já adquirimos. Como pai, mãe, filho, filha e irmão, nós colecionamos responsabilidades que exercitam a nossa moral e a nossa ética, nos impondo situações o tempo todo para comprovar nossa capacidade de discernimento. Se como empregados já tínhamos uma grande responsabilidade com a nossa família e outras tantas dificuldades para discernir entre o certo e o errado, como empreendedores e responsáveis não somente pelas nossas famílias, mas também pelas famílias de outros, temos ainda mais desafios que precisarão do nosso empenho para superá-los.
QUAL O EXERCÍCIO DO EMPREENDEDOR?
Vamos primeiro refletir sobre o nosso mundo mais próximo, aquele que tivemos mais contato durante a maior parte da nossa vida, seja por experiência própria ou não. Vamos refletir sobre o mundo quando somos empregados. Quem trabalha dentro de uma empresa como empregado aluga suas horas para outra pessoa, comprometendo-se a realizar os serviços para os quais foi contratado. Seu dever compreende, entre outras coisas, em chegar no horário, vestir-se adequadamente, desempenhar com eficiência seus afazeres diários e também melhorar-se – continuamente – como profissional, com o objetivo de manter sua empregabilidade. Basicamente, este é o seu dever como funcionário. O equilíbrio da sua vida neste papel depende totalmente da boa execução destes deveres assumidos ao assinar contrato com a empresa que o contratou.
Prosseguindo, podemos verificar que o exercício do empreendedor é similar ao do empregado, nem pior, nem melhor, pois o objetivo de atingir o equilíbrio da sua vida, neste papel, também dependerá totalmente da boa execução dos deveres assumidos por ele no momento de abertura de sua empresa. Seu dever compreende, entre outras coisas, em ser honesto no pagamento das suas contribuições tributárias, no pagamento dos seus funcionários, no cumprimento dos contratos com seus clientes, no bom planejamento do futuro da empresa e seus objetivos e na sua astúcia para remodelar-se continuamente e manter assim a sua empreendibilidade.
O EQUILÍBRIO COMO OBJETIVO
Criar uma empresa para dizer que é dono do próprio negócio, não é definitivamente o propósito de quem está incumbido de exercitar o papel de empreendedor, pois em qualquer papel que interpretemos, o equilíbrio é o objetivo final, a grande meta por trás de todas as outras. Não estou dizendo isso porque pensei sobre o assunto, mas porque podemos constatar essa busca pelo equilíbrio em toda a natureza. As condições do tempo, as estações do ano, o ciclo alimentar dos animais, o desenvolvimento do ser humano da infância à fase adulta, a busca pela felicidade constante do homem, são exemplos desta busca.
Não somos mais bárbaros e não precisamos mais matar com as próprias mãos um animal para nos alimentarmos e prover alimento para a nossa família. Agora somos incumbidos de pensar, de refletir, de discernir sobre cada assunto buscando agir da forma mais correta que acreditamos. Nos especializamos, cada qual na sua posição, na cadeia produtiva da humanidade, gerando riqueza uns para os outros, equilibrando as relações e potencializando nosso avanço tecnológico e intelectual. A tarefa de criar uma empresa, assim como exercer qualquer um dos outros papéis que chegam até as nossas vidas, só pode ser considerada bem executada quando tiver atingido em cada um dos seus haveres o equilíbrio. Isto quer dizer que manter o fluxo de caixa equilibrado, o número e a qualidade dos funcionários adequada para o negócio, o clima da empresa em harmonia com o desempenho do trabalho e os clientes recebendo aquilo que a empresa se comprometeu a entregar, são as obrigações do empreendedor.
PONTO DE INCONGRUÊNCIA
Já que buscamos o equilíbrio, o desequilíbrio acontece quando sabemos o que deveríamos estar fazendo enquanto fazemos coisa diferente. Um empregado que só o é porque foi domesticado a conhecer somente aquela realidade, mas que sente no seu coração a chama do empreendedorismo, não consegue alcançar o equilíbrio sendo empregado, pois ele falha pelo menos no cumprimento de alguma das suas responsabilidades. Se ele não cumpre o horário ou não se mantém atualizado acerca da sua profissão, isto significa que o desempenho do seu papel como empregado está em desequilíbrio, sendo isto algo ruim para ele, bem como para o seu empregador.
Da mesma forma que criar uma empresa e não pagar devidamente seus impostos coloca o empreendedor na mesma posição do empregado em desequilíbrio, pois ele não está arcando com todas as suas responsabilidades e gerando para si, várias ações ruins que reagirão contra ele no futuro para manter o equilíbrio do sistema. Note que devido a estarmos inseridos na natureza, ela mesmo e seus sistemas de controle (criados ou não pelo homem) se encarregam de equilibrar a equação. Se um empreendedor não paga seus impostos provoca uma reação no mundo à sua volta para que lhe cobre os impostos devidos. Além disso, mesmo que o empreendedor esconda estes impostos não pagos por muito tempo ou até por toda a vida, o fato de ter que passar este tempo escondendo algo, lhe coloca em situações ruins quando estiver exercitando outros papéis, pois não é possível para um pai falar para o filho ser honesto quando este não cumpre com suas obrigações em todas as áreas onde atua.
ANTES A MENTE, DEPOIS O MUNDO
Criar uma empresa é muito mais do que ser dono do próprio negócio, porque estamos assumindo o compromisso de gerar riqueza para os outros. Nossa família depende de nós e também a família dos nossos empregados. Além disso, a família dos nossos clientes também depende que executemos bem o nosso papel e no fim, nada é para nós e tudo é para os outros. Tamanha é esta responsabilidade que nos chega quando começamos a empreender que, quando nos damos conta, já estamos lutando para nos equilibrar nesta corda bamba que é o empreendedorismo e liga quem somos com quem desejamos ser.
Onde está o estopim e o controle de tudo isto?
Ser senhor de si mesmo, dos seus pensamentos, das suas ações, das suas paixões. Equilibrar-se internamente para equilibrar o mundo à nossa volta. Dedicar-se a si, para dedicar-se aos outros. Mudar a frequência dos pensamentos, mudar as pequenas atitudes e criar grandes hábitos. Hábitos saudáveis e de grandes energias que gerarão ações benéficas que voltarão até nós como ondas de paz e felicidade. Controlando a mente, somos capazes de agir com maior clareza e certeza em cada decisão, pois nossos pensamentos são claros e firmes, sem qualquer resquício de dúvida. Eles são criados por nós e não nos vem como mensagens instantâneas de Twitter.
Se você quer criar uma empresa, comece criando antes aquele papel que você deseja ser através do domínio dos seus pensamentos. Reflita sobre cada uma das suas decisões e interprete corretamente todos os papéis envolvidos. Sem demora, os resultados que você não esperava irão aparecer e o seu trabalho, enfim, terá apenas começado.
 
Fonte: Insistimento

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