Muito do que sabemos sobre trabalho em equipe pode ser questionado. Aqui estão algumas novas descobertas
Quando pensamos em equipes de alto desempenho, muitas vezes pensamos nelas como aliados de longo prazo, como se fossem irmãos.Até porque, leva tampo para que as equipes percorram as fases tradicionais de confiança antes de começarem a dar resultados. É lógico então, supor que quanto mais tempo uma equipe passar junta, melhor eles vão estar trabalhando juntos.
Mas uma pesquisa sobre o funcionamento interno das equipes, de equipes especialmente criativas, sugere uma conclusão totalmente diferente, apoiado pela experiência de muitas das empresas mais inovadoras: as melhores equipes podem ser temporárias, com seus membros envolvidos em torno de um determinado projeto e, em seguida, voltar para seus postos em novos projetos.
A evidência para as equipes de trabalho temporárias vem de uma arena improvável, mas cheia de prazos e pressão por resultados e desempenho, egos conflitantes e as necessidades de sermos extraordinariamente criativos: a Broadway.
Fazer um musical, desde a ideia, até a noite de abertura requer uma grande equipe para escrever, compor, encenar, iluminar e muito mais.
A maioria dos artistas que trabalham na Broadway estão trabalhando em mais de 1 produção por ano, às vezes mais de uma produção por vez.
Como tal, os artistas desenvolvem uma rede ampla e interligada de relações e pode encontrar-se trabalhando com lotes de antigos colegas ou equipes de novas pessoas inteiras.
Isso chamou atenção dos pesquisadores Brian Uzzi e Spiro Jarret. Eles queriam saber se a força ou a diversidade dessas relações afetavam o sucesso do show.
Para descobrir, a dupla primeiro mapeou a rede de conexões da comunidade Broadway. Eles analisaram cada musical produzido pela Broadway entre 1945 e 1989, incluindo shows que foram eliminados antes da noite de abertura.
O banco de dados final catologou 474 musicais e listou 2092 artistas, incluindo lendas da Broadway de Cole Porter a Andrew Lloyd Webber, revelando uma complexa e densa rede de colaborações e relações entre produtores, escritores, atores e coreógrafos.
Esse é um terreno fértil para se conectar, colaborar, dissolver e repetir o ciclo. Eles chamam isso de um pequeno mundo em rede.
Em seguida a dupla calculou o nível de colaborações repetidas, um valor que denominaram “quociente do pequeno mundo”. Quando esse quociente foi alto, as equipes estavam densamente interligadas, o que significava que mais artistas se conheciam e estavam trabalhando juntos em vários projetos.
Quando o quociente estava baixo, não havia tanta familiaridade e múltiplas colaborações eram algo raro.
Então os pesquisadores compararam a pontuação de cada ano, com o nível de sucesso financeiro e a recepção da crítica com os shows. Dado o que sabemos sobre equipes, seria lógico que, quanto maior o quociente, maior seriam os shows criativos e bem sucedidos.
Em vez disso, Uzzi e Spiro descobriram que a correlação não é uma linha reta. Os anos de maior sucesso da Broadway teve baixo quociente do pequeno mundo. A lógica por trás das descobertas é que antigos colegas trazem o conhecimento sobre o processo, bem como as normas anteriores de antigas equipes, enquanto novos membros trazem novas ideias que melhoram a criatividade.
As empresas mais inovadoras funcionam muitas vezes como a rede que Uzzi e Spiro observaram na Broadway, e o que eles consideram ideal.
A inovação mais significativa não é um sapato novo em um pé cansado. Ao contrário é o processo descoberto para a criação de equipes de projeto continuamente aprimorando-os para fornecer novos insights sobre experiências compartilhadas.
As melhores equipes podem ser temporárias, contanto que o sucesso da sua empresa continue acontecendo.
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Este artigo foi adaptado do original, “Why The Best Teams Might Be Temporary”, da Harvard Business Review.
Fonte: Jornal do Empreendedor
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