O empresário Walter Moreira Salles foi eleito o oitavo empreendedor do Século, segundo pesquisa da Revista Isto É / Edição 1570 – Especial 10. Nesta história pode-se acompanhar a sina de um vencedor, que como qualquer outro vitorioso passou por várias experiências e superou todos os empecilhos. Aqui constata-se várias lições de vida, que mostram o caminho do triunfo. O pioneirismo é um deles, através da criação do 24 Horas Unibanco em seu gênero. Oito anos depois, em 1991, inova com o Banco 30 Horas, marca de sucesso incontestável. O novo serviço tornava o Unibanco disponível a seus clientes por 30 horas: seis na agência e outras 24 ao alcance do telefone. Somente com estas atitudes chega-se a alcançar o sucesso!
Mais de 80 anos de sucesso
Em 27 de setembro de 1924, uma carta patente do governo federal do Brasil autoriza o funcionamento da seção bancária da Casa Moreira Salles, uma das mais importantes lojas de comércio de Poços de Caldas, Minas Gerais, fundada por João Moreira Salles em 1918. A data marca o início da trajetória de sucesso de 80 anos do Unibanco, terceiro maior grupo financeiro privado do Brasil.
Em 1931, a seção bancária da Casa Moreira Salles é transformada em uma instituição independente: a Casa Bancária Moreira Salles. A partir daí torna-se, durante uma década, financiadora de destaque de empreendimentos da região, contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico local.
Com a prosperidade dos negócios, surge, em julho de 1940, o Banco Moreira Salles, resultado da fusão entre a Casa Bancária Moreira Salles, o Banco Machadense e a Casa Bancária de Botelhos. Começa a expansão das atividades e a expansão do Banco Moreira Salles, que deixa, então, de ser um banco regional do sul de Minas Gerais. São inauguradas as agências do Rio de Janeiro (então capital federal), em abril de 1941, e de São Paulo, em julho de 1942. Já em 1945, com cinco anos de trajetória, a instituição contava com uma rede de 34 unidades, entre matriz, sucursais e agências. Após 10 anos de atividade, no final de 1950, esse número sobe para 63. O Banco Moreira Salles ultrapassa suas barreiras geográficas e acompanha o processo de modernização, urbanização e industrialização característico do Brasil daquela época. Em 1964 o Banco dispunha de 191 agências.
Em 1966, o Banco Moreira Salles, junto com sócios como a Deltec, a Light and Power Co. e o grupo Azevedo Antunes cria o Banco de Investimento do Brasil (BIB). A criação do BIB decorreu da absorção de duas organizações com tradição no mercado de ações no país: a Deltec e o Ibec (International Basic Economy Corporation, do grupo Rockefeller). A partir daí o Grupo Moreira Salles se destaca por uma característica que iria permear seus negócios no decorrer do tempo: aliar-se à excelência e à experiência já existentes, atraindo talentos. Nomes como Roberto Teixeira da Costa, Tomas Tomislav Antonin Zinner, Gabriel Jorge Ferreira, Roberto Konder Bornhausen e Israel Vainboim juntaram-se ao grupo com a formação do BIB e iriam comandar a trajetória de sucesso do Unibanco nos anos seguintes.
Quando, certa vez, foi pedido ao embaixador Walther Moreira Salles para que definisse o segredo de seu sucesso empresarial, sua resposta foi: "Só há um segredo. Saber escolher as pessoas". Não há dúvida de que um dos motivos do sucesso do Grupo Moreira Salles e do Unibanco foi o fator humano. O êxito da Instituição também foi fruto de diversas associações duradouras, muitas delas com parceiros estrangeiros que contribuíram, desde cedo, para que se tivesse uma perspectiva global de negócios e uma atuação constante no mercado internacional. Alguns desses sócios vieram com o BIB nos anos que se seguiram: o Commerzbank AG em 1968, o Crédit Suisse em 1969, o Dai-Ichi Kangyo Bank em 1972, o Philadelphia International Investment Corporation, o Harris Bankcorp, Inc. e o White Weld em 1973. As parcerias internacionais passariam a ser um dos grandes diferenciais do Grupo Moreira Salles.
Em maio de 1967, o Banco se funde com o Agrimer, Banco Agrícola Mercantil, e surge a sua nova denominação: União de Bancos Brasileiros S.A. (UBB). A UBB nasceu com 8.570 funcionários, 333 agências (a maior rede do Brasil naquela época) e mais de 1 milhão de correntistas, distribuídos em nove estados além do Distrito Federal. Dois anos depois estava no segundo lugar no ranking de bancos comerciais privados do Brasil.
Em 1970, há a segunda grande incorporação, com a absorção do Banco Predial do Estado do Rio de Janeiro. Com ela, um novo perfil institucional é instaurado: a popularização como banco de varejo. O encontro da sofisticação financeira do BIB com essa nova cultura aconteceria sem nenhum desgaste, mudando de forma permanente o futuro da União de Bancos Brasileiros.
Pouco depois, em 1972, outro fato importante ocorre: a UBB assume o controle do BIB comprando as participações da Deltec (20%) e do Ibec (19%). Criam-se, então, as condições para que seja constituída uma única diretoria - da qual Roberto Konder Bornhausen seria nomeado principal executivo em 1973 - para comandar um grupo financeiro integrado e coeso.
Para ilustrar essa integração e facilitar a visão de todas as empresas como um grupo assim como a sua comunicação com o público, as 15 empresas passam a ter uma só denominação a partir de 1975: Unibanco. Chega ao mercado o nome que nos últimos 30 anos tornou-se sinônimo de tradição, experiência, excelência em produtos e serviços, compromisso com clientes, crescimento e transparência.
Em 1976, sob a presidência do embaixador Walther Moreira Salles, o conselho de administração é constituído e são lançadas as bases da governança corporativa do Unibanco. Concomitantemente, Roberto Konder Bornhausen assume a presidência da diretoria executiva, cargo que ocupa até 1988, quando passa à vice-presidência do conselho do Unibanco. De 1988 a 1992 a presidência do Unibanco é ocupada por Israel Vainboim, executivo proveniente do antigo BIB. Em 1992 Tomas Tomislav Antonin Zinner, outro ex-integrante do BIB, é nomeado presidente, cargo que ocupa até 1998.
Em 1983 uma associação muda o perfil do setor de seguros no Brasil: a Unibanco Seguradora (12a do ranking àquela época) junta-se à Sul América, líder do setor, por meio de uma troca de participações. Nasce a Sul América Unibanco Seguradora, contando com toda a rede do Unibanco para consolidar sua liderança.
No mesmo ano, em Curitiba, as três primeiras unidades do Banco 24 Horas são abertas ao público. Nelas o cliente podia realizar saques, depósitos ou consultar dados a qualquer hora. No Brasil, o 24 Horas Unibanco foi pioneiro em seu gênero.
Oito anos depois, em 1991, nasce o Banco 30 Horas, marca de sucesso incontestável do Unibanco. O novo serviço tornava o Unibanco disponível a seus clientes por 30 horas: seis na agência e outras 24 ao alcance do telefone. Hoje o serviço conta com diversos canais alternativos, como internet, celular, fax, entre outros. A inovação configura um canal de atendimento ininterrupto e de alto valor agregado para o cliente.
Também em 1991, o embaixador Walther Moreira Salles retira-se da presidência do conselho de administração do Unibanco, após 60 anos de trabalho, para ocupar o posto de presidente de honra do conselho, passando a cuidar das atividades culturais do Conglomerado. Nessa ocasião, durante seu discurso de despedida, o embaixador resumiu a forma de atuar do Unibanco, como também um de seus princípios éticos: "Somos pessoas que atendem pessoas. Por maiores que sejam os recursos tecnológicos à disposição de um banco, ainda assim, ao final de cada comutação eletrônica permanecerá a circunstância simples, irredutível, de pessoas servindo pessoas".
Foi ainda pensando em pessoas e no desenvolvimento cultural do Brasil que em 1991 nasceu o Instituto Moreira Salles (IMS), destinado à promoção e ao desenvolvimento de programas culturais para o grande público. O IMS passaria a ser presidido pelo embaixador Walther Moreira Salles. Um ano após foi inaugurada a Casa da Cultura de Poços de Caldas, cidade onde tivera origem a Casa Bancária Moreira Salles. Momento de retorno às raízes, mas também de início de uma década de crescimento, que levaria o Unibanco para o atual patamar de mais de 18 milhões de clientes.
Em 1993, inaugura-se um novo Centro de Processamento de Dados, aumentando em 40% a capacidade de processamento do Unibanco. O investimento realizado pelo banco nessa ampliação lhe garantia o compromisso com a crescente qualidade de seus serviços e já antevia o crescimento substancial que ocorreria em suas operações.
Um dos fatores que contribuíram para tal crescimento foi a aquisição, em 1995, do Banco Nacional S.A., operação sem precedentes no mercado brasileiro. Com ela o Unibanco passou a ter uma rede de 1.446 dependências no Brasil, cerca de 2,1 milhões de clientes e uma base de 1,4 milhão de portadores de cartão de crédito. A escala das atividades do Unibanco subiria para outro patamar.
Em 1996, o Unibanco adquire 50% da Fininvest, financeira com grande experiência no segmento de crédito direto ao consumidor e pertencente ao grupo Icatu. Em 1997 dois outros movimentos importantes ocorrem: o Unibanco lança suas ações na NYSE, tornando-se o primeiro banco brasileiro a negociar seus títulos na bolsa de Nova York e associa-se com o grupo financeiro AIG, American International Group.
Com o aumento significativo do volume das suas operações e no intuito de buscar maior agilidade na tomada de decisões, com encurtamento da cadeia de comando, a estrutura organizacional do Unibanco passa a basear-se, a partir de 1998, em quatro pilares: Banco de Varejo, Banco de Atacado, Seguros e Asset Management. A revisão de processos administrativos e operacionais, que viria depois, proporcionou significativa redução de custos e conduziu o Unibanco a novos patamares de eficiência, preparando-o estrategicamente para a competitividade crescente do mercado financeiro nacional e internacional, às vésperas do novo milênio.
O ano de 2000 termina com marcas históricas para o Unibanco: 1.623 pontos de atendimento no Brasil, crescimento do lucro líquido no ano de 25% e aumento de 50% na base de clientes. Isso se deve em parte ao crescimento orgânico, mas também é resultado da aquisição do controle integral da Fininvest, do Credibanco e do Banco Bandeirantes. Com a compra do Bandeirantes, por meio de uma emissão de ações, o Unibanco passou a contar com um novo sócio estrangeiro: a Caixa Geral de Depósitos. O maior grupo financeiro de Portugal, que controlava o Bandeirantes, passou a deter 12,3% do capital total do Unibanco, integrando o bloco estratégico de acionistas estrangeiros junto com o alemão Commerzbank AG e o japonês Mizuho Financial Group.
Após a forte consolidação do mercado financeiro na última década do século XX, a estratégia passa a priorizar o crescimento orgânico, ganhos de escala e otimização da base de clientes. No final de 2000 o ContAtiva é lançado. O programa do Banco de Varejo possuía metas agressivas de abertura de contas em um prazo de três anos, e elas foram atingidas com quase um ano de antecedência.
O novo milênio começou com novas parcerias: com a Globex/Ponto Frio, por meio de seu banco InvestCred (atualmente PontoCred); com o Magazine Luiza, formando o LuizaCred. Nessas duas operações no segmento de crédito direto ao consumidor, o Unibanco detém 50% de participação e a gestão dos negócios. Na Fininvest, possui 100% de participação, desde dezembro de 2000. Juntas, as parcerias permitiram a ocupação de posição de destaque na oferta de produtos e serviços a um mercado com grau de bancarização inferior.
Em 2003, o Unibanco adquire a Creditec, consolidando ainda mais sua posição de liderança no segmento de crédito ao consumidor. Pedro Sampaio Malan, ex-presidente do Banco Central do Brasil e ex-ministro da Fazenda, é convidado a ocupar o posto de vice-presidente do conselho de administração. Pedro Bodin, ex-diretor de Política Monetária do Banco Central, principal executivo do Banco Icatu e um dos principais sócios do grupo Icatu, é eleito membro do conselho. Também nesse ano o Unibanco passa por importantes mudanças societárias: uma oferta de permuta dá o direito a todos os acionistas preferenciais de converter suas ações em Units (certificados de depósito de ações representativos de uma ação preferencial da Unibanco Holdings e uma ação preferencial do Unibanco); uma oferta global de dois grandes acionistas, o Mizuho, que vende toda a sua participação, e o Commerzbank, que disponibiliza uma parcela de sua participação, permite um aumento significativo de liquidez das ações do Unibanco no mercado brasileiro.
Não faltaram motivos para as comemorações dos 80 anos do Unibanco, em 2004. O ano começa com a compra do HiperCard, cartão de crédito private label e principal meio de pagamento das lojas Bompreço, aceito em mais de 70.000 estabelecimentos comerciais do Nordeste. O Unibanco também adquire as operações brasileiras do BNL, Banca Nazionale del Lavoro, e fecha importante parceria com o grupo Sonae para a criação de uma financeira. No quesito governança corporativa, mudanças significativas acontecem. Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, é convidado a participar do conselho de administração do Unibanco e Pedro Moreira Salles anuncia importantes mudanças estruturais. A presidência do conselho, até então nas mãos de Pedro Moreira Salles, que se torna presidente executivo, passa a ser exercida por Pedro Sampaio Malan, que já ocupava por um ano a vice-presidência do conselho do Unibanco. O organograma do Unibanco muda para buscar maior sinergia entre as áreas, com o fim da estrutura de pilares. Joaquim Francisco de Castro Neto, Fernando Sotelino, César Sizenando, Adalberto Schettert, entre outros dirigentes, após anos de dedicação e contribuição ao Unibanco, desligam-se de suas funções executivas. Castro Neto passa a pertencer ao grupo de conselheiros do banco.
É tempo de revisão e renovação. Renovação sempre marcada pelo pioneirismo: o Unibanco foi o primeiro banco brasileiro a aderir aos Princípios do Equador, conjunto de medidas sócio-ambientais utilizadas na avaliação e na concessão de crédito a projetos de infra-estrutura. Por fim, em 2004, após 33 anos de uma bem-sucedida parceria, o Unibanco vendeu sua participação na Credicard para seus outros dois sócios no negócio.
Olhando em retrospectiva, é fato que o Unibanco sempre soube valer-se das oportunidades que surgiram. Seu espírito associativo permitiu a conquista de espaço tanto como banco de investimento quanto como banco comercial. São 80 anos valorizando pessoas, diversificando talentos e negócios, investindo em tecnologia, relacionamento e produtos. São 80 anos de contínua renovação para formar, a cada passo, sempre um novo Unibanco.
http://www.ri.unibanco.com.br/por/sob/uni/his/index.asp
8) Walther Moreira Salles
29,73% dos votos
Quando fez a primeira viagem aos Estados Unidos, aos 27 anos, Walther Moreira Salles era diretor da Companhia Brasileira de Café, recém-criada pelo pai, João Salles, em 1938. A intenção era vender o produto aos clientes americanos, mas ele estava mais interessado em experimentar a última palavra em transportes: o hidroavião, um monstrengo que voava a cerca de 500 metros de altura e mal chegava aos 150 quilômetros por hora. Do Rio de Janeiro a Miami foram cinco dias de viagem, com escalas em outras 15 cidades. O resultado da viagem não poderia ter sido mais desastroso, do ponto de vista dos negócios. Walther não conseguiu fechar nenhuma transação porque as operações da Bolsa de Café americana haviam sido suspensas. O motivo? Do outro lado do Atlântico, os estrondos de bombas denunciavam o início da Segunda Guerra Mundial.
O episódio é curioso porque esta foi uma das raras vezes em que não deram certo os negócios de Walther, mineiro de Poços de Caldas, nascido a 28 de maio de 1912. Pudera, ele foi acostumado a lidar com o comércio desde criança, quando passava as tardes atendendo clientes e arrumando prateleiras no armazém do pai. O velho João mandou o filho estudar em São Paulo, no Colégio Liceu Franco Brasileiro. Ficou contente quando, alguns anos depois, Walther informou que pretendia estudar Direito. Mas sabia que o futuro do rapaz estava em dar prosseguimento aos negócios familiares. Walther não havia se formado ainda quando virou sócio do pai na Casa Bancária Moreira Salles, o novo ramo em que João se havia aventurado pensando exclusivamente em financiar os produtores de café. Nas mãos de Walther, o banco prosperou e, em pouco tempo, virou um banco respeitável, com clientela até no Rio de Janeiro. Faltava enfrentar os grandes bancos da capital paulista, cidade que centralizava já na época o mercado financeiro, o que não demorou a acontecer.
Negociando com o FMI
O sucesso do banco nas principais capitais do País foi a alavanca para a entrada na cena política. Com a posse do presidente Getúlio Vargas, em 1951, Horácio Lafer foi nomeado ministro da Fazenda e convidou Walther para dirigir a Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc), embrião do atual Banco Central. No ano seguinte, assumiu o posto de embaixador em Washington (EUA) e, em sintonia com Horácio Lafer, tentou obter mais financiamento para o País. O resultado foi desanimador. Em 1953, o governo americano declarou que não concederia empréstimos para o Brasil. Abalado pelo insucesso das negociações, não restou a Walther outra alternativa senão retomar suas atividades como empresário, que, afinal, iam de vento em popa.
As incursões diplomáticas lhe renderam a fama de conciliador e Juscelino Kubitschek não pensou duas vezes em chamá-lo para assumir, novamente, a embaixada brasileira em Washington, em 1959. Com Jânio Quadros no Palácio do Planalto, o nome do banqueiro mineiro voltou a ser lembrado. Desta vez não para ocupar qualquer pasta, mas para auxiliar na renegociação da dívida externa brasileira. Mesmo fora do governo, firmou, ao lado do então embaixador Roberto Campos, um dos melhores acordos que o País já vira até então. Além de prorrogar os prazos de pagamento, ainda arrancou dos americanos novos financiamentos.
Em 1961, Walther visitava um amigo numa fazenda em Itatiba (SP) quando soube, pelo rádio, que Jânio havia renunciado. Estabeleceu-se o impasse: os militares não aceitavam a posse do vice, João Goulart. A solução foi costurada com a saída parlamentarista - Tancredo Neves seria o primeiro-ministro. Em agosto, em meio à confusão, o presidente da Varig, Ruben Berta, veio ao encontro de Walther. "O presidente faz questão de ter uma conversa com você", disse Berta. "Qual presidente?", quis saber o banqueiro. Referia-se a Jango, que acabara de aceitar o parlamentarismo. Todos os aeroportos estavam fechados e Berta precisou montar uma operação de guerra para chegar a Jango em Porto Alegre. Embarcaram escondidos em um hangar e, sob o pretexto de socorrer um avião em pane, conseguiram decolar. Às dez da noite, a aeronave pousava às escuras, numa pista iluminada por faróis de automóveis. "Quero que tu aceites ser o ministro da Fazenda", disse Jango. O banqueiro relutou, mas acabou -aceitando. "Você me arruma um avião para voltar a Itatiba?", perguntou a Berta. "Agora é impossível, a Aeronáutica está derrubando todo o aparelho que segue para o Norte. Mas coloco-o num avião para Buenos Aires e de lá você parte para São Paulo num vôo internacional", sugeriu o presidente da Varig. "Só há um problema, estou sem dinheiro", retrucou Walther. Foi preciso que Jango pusesse a mão no bolso e emprestasse US$ 250 para o banqueiro.
Amante das artes
De volta à atividade empresarial, após deixar o governo, articulou a compra do banco Predial e do Agrícola e Mercantil. Em 1967, o grupo passou a se denominar União de Bancos Brasileiros e, finalmente, em 1975, ganhou sua cara mais famosa: Unibanco. Quando o pai morreu, em 1968, Walther assumiu em definitivo o comando da instituição. Hoje com 87 anos, casado e pai de quatro filhos - um deles é o cineasta Walter Salles Jr., de Central do Brasil -, é um amante das artes. Desligou-se do banco em 1991 para dedicar-se exclusivamente às atividades culturais à frente do Instituto Moreira Salles.
Fonte: Revista IstoÉ / Edição 1570 – Especial 10 – O Empreendedor do Século
Tire sua lição:
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Fonte: Site do Empreendedor
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